Por Michelle Dignitus
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20 de setembro de 2024
Em um mundo onde o uso de tecnologias tem sido uma constante, nas áreas da saúde, do treinamento físico e da reabilitação isso não seria diferente. É cada vez mais comum que profissionais da fisioterapia, da medicina e da educação física combinem estímulos tecnológicos, como a eletroestimulação de corpo inteiro (WB-EMS) e a realidade virtual (RV), uma parceria que vem se mostrando uma excelente ferramenta. Para a fisioterapeuta mineira Nícia Rocha, que desde o início do ano vem utilizando as duas metodologias em conjunto, a realidade virtual, aliada à eletroestimulação de corpo inteiro, proporciona a ativação da área cognitiva dos pacientes, estimulando movimentos rápidos, equilíbrio e o raciocínio rápido. A também embaixadora da miha se diz uma entusiasta em oferecer o melhor para seus pacientes em Belo Horizonte, onde atua com a WB-EMS desde 2019. “A realidade virtual, junto com miha, oferece um processo de reabilitação mais eficiente, assim como, proporciona uma nova experiência de tratamento, onde é possível cada um fazer uma viagem única dentro de cenários reais e que estimulam mente e corpo de forma integrada”. Quem pode fazer, benefícios e cuidados Segundo o fisioterapeuta paranaense Darlan Nitz, um dos pioneiros do uso de RV no Brasil, recomenda-se o uso da tecnologia para pacientes a partir dos 18 anos, sendo o grupo 60+ o que mais usa. Ele também pondera que, inicialmente, a aplicação da eletroestimulação de corpo inteiro aliada à realidade virtual precisa ser cuidadosa e gradual, com treinos combinados uma vez por semana. “A realidade virtual pode ser uma excelente aliada da eletroestimulação de corpo inteiro, pois ela auxilia no maior recrutamento de fibras durante o treino com miha, além de estimular a cognição, a coordenação motora e o equilíbrio dos pacientes”, reforça o fisioterapeuta, dizendo que a combinação das duas tecnologias é perfeita para quem precisa de um tratamento intensivo para alívio de dores e fortalecimento muscular, e que o uso dos óculos, quando aplicado de maneira correta, oferece uma experiência extraordinária, especialmente quem é 60+ e busca estímulos para seguir treinando e movimentando corpo e mente. Darlan também é taxativo ao observar que existem contraindicações e precauções no uso dos óculos de realidade virtual, e que é muito importante uma avaliação prévia com um profissional qualificado na área da saúde. Ele dá como exemplo pacientes com histórico de convulsões induzidas por luzes piscantes ou padrões visuais, e pacientes com condições que afetam o sistema vestibular, como labirintite, podem experimentar náuseas, vertigens e desorientação ao usar a RV. Outros casos em que não se recomenda o uso da tecnologia são: pessoas que sofrem de Cinetose (enjoo de movimento). A RV pode desencadear cinetose em alguns indivíduos, causando tontura, enjoo e desconforto devido à desconexão entre os movimentos vistos na tela e a percepção corporal. Pacientes com estrabismo, diplopia ou outros distúrbios de visão binocular podem ter dificuldade em usar dispositivos de RV, que dependem de uma visão adequada dos dois olhos para criar a sensação de profundidade. Pacientes com distúrbios de ansiedade e claustrofobia, pois a imersão em ambientes virtuais pode desencadear ou agravar crises de ansiedade ou claustrofobia em pacientes predispostos. Pacientes com demências avançadas ou deficiências cognitivas significativas também precisam de avaliação cuidadosa antes do uso, pois eles podem ter dificuldades em compreender e interagir com o ambiente virtual de forma eficaz e segura.