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Eletroestimulação de corpo inteiro: Como nasceu?

Você, que acompanha a viagem pela história da eletroestimulação, já sabe que a Corrente Russa foi um dos primeiros experimentos a usar uma corrente elétrica para ganho muscular aplicado ao esporte. Mas os dados das pesquisas do fisiologista Yakov Kotz eram mantidos como segredo de Estado pela União Soviética, entre as décadas de 1960 e 1970.

Francimar Ferrari, fisioterapeuta e consultor técnico da miha Brasil, lembra que as informações sobre essa técnica começaram a ser publicadas, no Ocidente, apenas ao longo da década de 1980. E, apesar de até a Austrália ter desenvolvido uma técnica para ganho muscular aplicada em atletas, a eletroestimulação estava focada na reabilitação de pacientes (Clique Aqui).

A técnica russa chegou a ser testada na fisioterapia, mas sem sucesso. Formada por uma corrente elétrica alternada, era aplicada sobre os nervos com uma frequência de 2,5 mil pulsos por segundo, chegando até a queimar a pele. “Essas tecnologias nas décadas de 1970 e início de 1980 provocavam um estimulo doloroso, com risco de queimadura de pele. As configurações de corrente elétrica não tinham ajustes”, diz Ferrari.

O fisioterapeuta pernambucano conta que diversas pesquisas mostraram que havia benefícios em correntes elétricas pulsadas, de baixa freqüência, com pulsos retangulares e simétricos. E esse tipo de corrente é utilizada até hoje. Mas na época, eram aplicadas em terapias como a Tens e a Fes: a primeira é uma eletroestimulação com eletrodos sobre a área que seria tratada, com efeito analgésico; a segunda, contrai um músculo involuntariamente que está paralisado devido a problemas como um AVC, por exemplo (Clique Aqui).

Nasce a tecnologia miha

Durante a década de 1990, surgiram no mercado para o consumidor final eletroestimuladores com ação localizada, seja para perda de peso ou para uso na fisioterapia.

Apenas em 2007 que nasceu o primeiro equipamento voltado para a eletroestimulação de corpo inteiro, criado em Munique, na Alemanha, pela miha. Francimar conta que a corrente elétrica usada nos equipamentos da miha é praticamente a mesma daquela desenvolvida nas décadas de 1980 e 1990. A grande revolução no mercado vem da tecnologia de transmitir a corrente elétrica dos eletrodos para o corpo do paciente, que realiza a eletroestimulação de corpo inteiro, podendo ser usada tanto na fisioterapia quanto no complemento de treinamento físico convencional.

“Grandes revoluções podem acontecer de invenções já criadas, e o grande avanço está no simples. A miha foi o primeiro equipamento no mundo a trazer método de estimulação de corpo inteiro. E a grande revolução é a interface, como o estímulo elétrico é entregue. Mas a corrente já existia desde a década de 80. A engenharia da miha pensou muito bem em estimular os pontos motores dos músculos, com desenvolvimento de eletrodos muito bons”, diz o especialista.

Dentro desse contexto de novas técnicas de exercícios físicos, a miha Brasil teve seu início entre o fim de 2015 e início de 2016, após ser a primeira marca a receber todas as aprovações dos órgãos reguladores brasileiros, como a Anvisa e Inmetro.

Inicialmente, a eletroestimulação de corpo inteiro se consolidou em países como Alemanha, Itália, Inglaterra, Hungria e Croácia e chegou ao Brasil em 2016. “No exterior, há mais de 30 marcas. Aqui, muitos não entendiam no começo e tinham dúvidas se haveria êxito e desenvolvimento. Sempre buscamos trazer a experiência de outros países e artigos científicos a educadores físicos e médicos para que eles entendessem melhor a tecnologia, os benefícios dela e a seriedade do trabalho”, ressalta o diretor de marketing da miha Brasil, Rangel Vilas Boas.

No exterior, a metodologia já foi usada pela campeã mundial de esgrima Nathalie Molhassem, pelo espanhol Rafael Nadal, pelo jamaicano Usain Bolt e é usado até hoje pelo Bayern de Munique, que possuí um centro de excelência em seu centro de treinamento. No Brasil, além de celebridades como a apresentadora Sabrina Sato e o ator Marcelo Cerrado, há esportistas de alta performance que usam o sistema, como o jogador de futebol Nenê, hoje no Vasco da Gama.