O mercado de fisioterapia no Brasil possui muitos campos de atuação e possibilidades, especialmente quando o profissional da área está aberto a conhecer, estudar e utilizar tecnologia, como a eletroestimulação de corpo inteiro (WB-EMS). Segundo as fisioterapeutas Edna Hirota e Nícia Rocha , o estímulo à criatividade e ao conhecimento são fundamentais para quem deseja se destacar nesse campo de atuação, seja a nível domiciliar quanto em hospitais.
As duas profissionais são as convidadas deste mês no podcast feito em parceria entre a Fitness Brasil e a miha. O terceiro episódio, que traz um debate sobre o mercado de fisioterapia e usos de tecnologias, já está disponível no link e também pode ser acessado YouTube e SpotiFy da Fitness Brasil, assim como no canal de YouTube da miha Brasil. A série especial, que vai até o fim de 2024, já trouxe temas como inovações tecnológicas e o mercado de personal trainer e profissionais de educação física.
Tecnologias a serviço da reabilitação
Edna, que é fisioterapeuta cardiorrespiratória pelo Instituto do Coração, além de uma das organizadoras do evento Suporte Neuromuscular Avançado (SNA), conta que o período da pandemia e pós-pandemia a fizeram buscar ferramentas para oferecer aos pacientes maneiras de sair fortalecido da internação. “Passei a introduzir a eletroestimulação no ambiente hospitalar porque o paciente com coronavírus costuma perder massa magra, e com o uso da tecnologia, consigo oferecer reabilitação funcional. Assim, ele não sai tão debilitado e pode voltar a fazer atividade física, atividades diárias. É uma ferramenta que permite ganho de massa, o que é muito importante”.
Ela também acredita que a fisioterapia está em evidência após a pandemia, e que os profissionais da área devem aproveitar a oportunidade. Na visão de Edna, os fisioterapeutas que investem em especializações saem na frente, especialmente no âmbito hospitalar. “Há muitos profissionais acomodados. Há emprego, mas é preciso investir em cursos, estimular a criatividade, não ter medo de entrar em contato com tecnologias. A área da fisioterapia é bem ampla e permite se desenvolver no que se gosta”.
No podcast, a profissional também comenta que, apesar da fisioterapia e da educação física serem campos diferentes, eles se conversam. Dentro de uma ótica multidisciplinar, um pode ajudar bastante o outro.
Sem medo de empreender
Ao contrário de Edna, que desenvolveu carreira em hospitais, a fisioterapeuta mineira Nícia Rocha tornou-se referência em atendimentos domiciliares. Ela, que trabalha com eletroestimulação de corpo inteiro desde 2019, quando ainda era funcionária de uma clínica em Belo Horizonte, defende que o importante é ter em mente que a fisioterapia não é por amor e sim, com amor. “Sem a entrega e conhecimento, não é possível fazer isso. É preciso correr atrás, não se acomodar”.
No caso dela, a oportunidade de vida veio a poucos dias do início da pandemia. Nícia adquiriu um equipamento da miha, e precisou encontrar caminhos para entrar na casa das pessoas durante a crise sanitária. “A partir de um problema, encontrei soluções e descobri que gosto de trabalhar com idosos (80+) pois é um cliente fiel, você consegue entregar resultados que são gratificantes. Por meio do trabalho, você ajuda a devolver autonomia, qualidade de vida para quem não tinha mais”.
A profissional também pontua que o mundo está repleto de tecnologias, e que não faz sentido a resistência de muitas pessoas ao uso delas, principalmente quando pode ser algo benéfico. “A eletroestimulação de corpo inteiro chegou como a cereja do bolo para ajudar a desenvolver meu trabalho em domicílio, trouxe mais possibilidades para eu entregar reabilitação com qualidade para meu paciente, estimulando musculaturas adormecidas, curando dores, áreas mal curadas. A WB-EMS costuma gerar efeitos mais rápidos em idosos, pois muitos já não possuem massa muscular suficiente”.
Nícia também debate, no podcast, que é preciso olhar as necessidades do cliente, entender o que ele precisa. Ela conta que costuma levar 1h com cada um deles, desenvolvendo com treinos de força e de relaxamento, com foco em analgesia, além da conversa e acolhimento. “O paciente percebe a interação e carinho, e isso ajuda muito na continuidade do trabalho”
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