Tecnologia da miha pode ajudar tanto na reabilitação de lesões quanto no condicionamento físico de atletas de alto rendimento nas férias e pré-temporada
O esporte de alto rendimento está cada vez mais ligado à tecnologia. A eletroestimulação de corpo inteiro (WB-EMS) pode ser uma das ferramentas, além de aparelhos que medem a performance em campo e controle do sono, utilizadas por preparadores físicos e fisiologistas do esporte para fazer com que atletas melhorem em desempenho durante as competições, como a Copa do Mundo Feminina, que começa no próximo dia 20 de julho, na Austrália e Nova Zelândia, e reunirá as 32 melhores seleções do planeta pela primeira vez na história do torneio, iniciado em 1991.
Além da possibilidade de uso dentro de clubes de futebol, WB-EMS ainda pode servir de aliada a profissionais da área da saúde, como professores de educação física e fisioterapia, para oferecer tratamentos de ponta para jogadoras de futebol e atletas de outras modalidades nas áreas de reabilitação pós-lesões e condicionamento físico no período de férias e pré-temporada. No Brasil, uma das pioneiras neste setor é a gaúcha Claudia Fachin, que é pós-graduada em Medicina do Esporte e utiliza miha há seis anos. Hoje com três unidades da BodyLounge, a profissional também desenvolve parcerias com grandes clubes do Rio Grande do Sul, tanto no masculino quanto no feminino, caso do Juventude.
“Utilizo miha com foco em coluna e no condicionamento e reabilitação no período de férias dos jogadores, com o objetivo de manter a preparação que foi feita durante a temporada”, explica Claudia. A profissional ressalta que a eletroestimulação de corpo inteiro é possível que a jogadora de futebol profissional aumente sua potência, força e velocidade, pois os eletrodos do equipamento ativam mais camadas musculares se comparado a um treinamento convencional. “Os resultados principais do uso da tecnologia são: tonificação dos músculos, diminuição do nível de gordura corporal, aumento da capacidade cardiovascular devido à intensidade dos treinos e a prevenção de lesões ligamentares e musculares”.
Claudia também explica que trabalha bastante com jogadores de futebol durante as férias, pois é um período em que eles acabam se permitindo mais, comem mais, se divertem e alguns chegam com lesão. Um caso bem comum do uso de eletroestimulação de corpo inteiro é no tratamento de fascite plantar, e que a tecnologia ajuda na recuperação de impacto nos pés causado pelo uso frequente de chuteiras. Outra ferramenta importante são os treinos visando manter o condicionamento em dia do ou da atleta, sendo utilizado mais o protocolo de metabolismo e simulando movimentos de um jogo de futebol. “Acabo tendo pouco tempo para mostrar resultado (de 15 a 30 dias) e que a tecnologia funciona. Por isso, treino 2 vezes por semana e com uma carga mais alta por se tratar de atletas de alto rendimento e por eles geralmente darem uma resposta mais rápida devido o preparo que possuem”.
A importância da tecnologia nos negócios do esporte
Para o fisiologista do esporte Maurílio Sampaio, do Sampa Coach, profissionais do esporte antenados às tecnologias e novas abordagens de treinamentos têm mais chances de competir em um mercado de alta concorrência e se destacarem. O especialista em Fisiologia do Exercício pela Unifesp e com passagem por clubes importantes como o Palmeiras e Portuguesa conta que, no início da década de 1990, quando começou a trabalhar, não havia nada perto do que está acessível hoje. “Era tudo empírico, a gente experimentava, mas não se tinha certeza do que era bom ou não. Sempre briguei pela tecnologia e novas metodologias dentro da fisiologia esportiva, pois elas apresentam soluções que o achismo não consegue”.
Sampaio, sempre atento a novidades, decidiu integrar a miha dentro do seu modelo de treinamento e negócio em 2022, visando o campo da reabilitação de atletas, sejam eles juniores, profissionais ou amadores, sejam eles do futebol, basquete, corrida ou tênis. “A recuperação precisa estar dentro do treinamento, pois um atleta melhor condicionado consegue treinar e competir melhor. Tem uma coisa que ouço bastante é que, após treinar e fazer uma sessão de recuperação com eletroestimulação de corpo inteiro, os atletas relatam que parece que nem treinaram e eu acho isso fascinante do ponto de vista fisiológico”.
Ele também destaca que o uso de boas tecnologias disponíveis no mercado de treinamento esportivo e de reabilitação podem ajudar a dar mais qualidade de vida e longevidade à carreira do jogador de futebol e atletas de outras modalidades, pois o alto rendimento demanda isso. “É preciso ponderar quanto custa ter um atleta afastado por um dia ou períodos maiores por lesão, maus cuidados na preparação. Por isso, é preciso cuidado extremo e não ter medo de usar métodos que trabalham a favor do profissional da saúde e não para competir com ele”.